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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Medicina Veterinária Felina: entenda as particularidades dos gatos em nosso bate papo com a Dra. Samanta Laporte

O Hospital Veterinário Clemenceau inaugurou uma ala exclusiva para atendimento de felinos domésticos. A Dra. Samanta Laporte, especialista em Medicina de Felinos, é a responsável por esse atendimento. Batemos um papo com ela sobre as crendices mais populares quando pensamos em gatos!



T&L: Quais as particularidades da medicina especializada em felinos? Por que ter um espaço exclusivo para atender gatos?

SL: Os gatos possuem particularidades fisiológicas, metabólicas, nutricionais, farmacológicas e terapêuticas. Portanto, é extremamente importante que o clínico conheça e reconheça essas especificidades da espécie para promover um atendimento de qualidade e bem sucedido. O espaço exclusivo para gatos permite que o paciente sinta-se mais familiarizado e evitam-se odores ou ruídos desconhecidos, proporcionando assim melhor manipulação durante avaliação médico veterinária.

T&L: Ao comprar ou adotar um gato, quais exames devem ser feitos e quais vacinas devem ser dadas?
SL: O ideal é realizar, no mínimo, hemograma completo e sorologia para retroviroses (FIV/FeLV). Outros exames podem ser solicitados de acordo com o caso em questão. As vacinas necessárias são a antirrábica e a múltipla (tríplice, quádrupla ou quíntupla de acordo com avaliação médico veterinária e estilo de vida do animal).

T&L: Dizem que gatos são mais independentes e requerem menos atenção.  Que não criam vínculo afetivo com os donos. Recentemente alguns vídeos mostraram um gato super adestrado e um gato que defende seu dono contra o ataque de um cão. Quais os cuidados mínimos para criar bem um felino?
SL: Os gatos são muito carinhosos e companheiros, se adaptam bem em ambientes menores e são mais independentes. Não necessitam de passeios diários como os cães. Deve-se fornecer ambiente limpo, alimentação de boa qualidade, água fresca e abundante e caixa de areia (bandeja sanitária ou liteira) para necessidades fisiológicas.

T&L: As gatas, em geral, ficam “enlouquecidas” no cio. De quanto em quanto tempo uma gata entra no cio? Quais os riscos de dar anticoncepcional?
SL: O cio nas gatas depende da luminosidade. Gatas confinadas demonstram cio durante todo o ano. O cio pode durar de 4 a 10 dias, seguido por período de repouso com duração variável conforme a raça e as condições ambientais, repetindo-se este ciclo durante toda a primavera ao outono. Não é indicado o uso de anticoncepcionais devido graves efeitos colaterais que podem levar o animal a óbito. Deve-se sempre castrar os animais que não são destinados a reprodução.

T&L: Hoje alguns pet shops tem salas separadas ou horários exclusivos para atender os felinos. Por outro lado, muita gente ainda acha que gatos não precisam tomar banho. Gatos precisam ou não tomar banho?
SL: Não existe uma regra para a frequência de banho em gatos. Algumas raças precisam de cuidados especiais por causa do pelame. Uma boa escovação diária, ou mesmo semanal, é o suficiente para manter a pelagem saudável e vistosa.

T&L: As ONGs e protetores doam gatos apenas para apartamentos telados ou casas bem seguras. Algumas pessoas acreditam que os gatos são animais livres e devem ter acesso à rua, desfrutar da liberdade. Quais os riscos de deixar o felino “dar uma voltinha”?
SL: Algumas doenças são transmitidas por contato direto, sejam por brigas, arranhaduras ou lambeduras. É por isso que, deve-se evitar que gatos entrem em contato com outros animais de procedência desconhecida.



T&L: Obrigado pela participação Samanta Laporte, Agora nossos leitores poderão cuidar ainda melhor de seus gatos!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Projeto Cão-Guia de Cegos: conheça o projeto de Brasília e o Cadastro Nacional que está sendo criado!

No dia 07/08/2014 foram abertas as inscrições para o Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia. Aqui em Brasília, o Projeto Cão-Guia de Cegos atua desde 2002 e já distribuiu 26 cães para o Distrito Federal e 14 para outros Estados (BA, ES, MG, PE, SP, RJ, RN). Batemos um papo com Lúcia Maria Alvim Souza Bittar, Presidente da Associação Brasiliense de Ações Humanitárias. 


Acompanhe o projeto também pelo Facebook!
https://www.facebook.com/projeto.cao.guia

T&L: O Projeto Cão-Guia para Cegos atua desde de 2002 e já entregou mais de 40 cães. Como o projeto trabalho e é mantido?
LB: Até hoje o Projeto cão-Guia já entregou 42 cães-guia. O Projeto é mantido com alguns patrocínios (Premier, Bayer), parcerias ( CBMDF, HVET UnB, Diagnopet/ScanVet, CEV, BigDog) e financeiramente, com doações que são feitas na conta nº 11.882-6, agência 3604-8 do Banco do Brasil em nome da Associação Amigos do Cão-Guia.

T&L: No livro “Adorável Heroína” o autor relata a parceria e ligação entre ele e sua cão-guia e como isso tornou possível que eles saíssem vivos no ataque ao World Trade Center. Como é feita a seleção do cão e do deficiente visual?
LB: Esta seleção é feita com a ajuda de uma equipe multi-disciplinar que observa  vários itens. Tudo começa  baseado no cão que temos pronto, pois de acordo com o perfil do cão é que selecionamos a pessoa que mais se encaixa a este perfil.

O Projeto Cão-Guia de Cegos do DF trabalha com a parceria do Corpo Militar de Bombeiros do DF.
Cinco militares são responsáveis pelo treinamento dos cães. 

T&L: De acordo com o site do Projeto Cão-Guia para Cegos, há uma lista de interessados maior que a oferta de cães. A partir de qual idade um deficiente visual pode ter um cão guia?
LB: A partir dos 18 anos de idade.

T&L: Quais os custos para o deficiente visual para manter o cão-guia?
LB: O deficiente visual deverá ter condições financeiras para manter o cão com uma ração de alto nível, pois se trata de uma cão de trabalho e não de um cão que vai ficar em casa comendo e dormindo. Se morar em Brasília, terá a assistência com os parceiros da área veterinária do Projeto, em alguns casos esta assistência será gratuita, em outros com grandes descontos. Se morar em outro Estado deverá arcar com toda a despesa com o cão.  
  
T&L: Depois de aposentados, os cães-guia vão para onde?
LB: Se possível, ficará em companhia do seu  utilizador. Quando não, volta para o projeto. E aí, de acordo com o seu estado de saúde, poderá ou não ir para uma família que queira adotá-lo.
  
T&L: As pessoas que não são deficientes visuais podem participar do Projeto? De que forma?
LB: Podem sim! Podem ser voluntários no Projeto.
Para isto é só entrar em contado com o Projeto pelo e-mail: caoguia.voluntariado@gmail.com

Obrigada, Lúcia. Adoramos conhecer um pouco mais do Projeto Cão-Guia de Cegos!



Para mais informações sobre a Chamada Pública para criação do Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia lançada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República acesse os links abaixo:
  • http://www.sdh.gov.br/noticias/2014/agosto/abertas-inscricoes-para-o-cadastro-nacional-de-candidatos-a-utilizacao-de-caes-guia
  • http://conteudo.ebcservicos.com.br/programas/a-voz-do-brasil/arquivos/ouvir?prog=06-08-2014-voz-do-brasil.mp3 
O cadastro é voltado para pessoas com deficiência visual que têm interesse na utilização destes animais. As inscrições encerram-se às 23h59 do próximo dia 17 de agosto.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Você sabe onde e como escolher um novo pet? Leia nossa entrevista e não compre "gato por lebre"!

Acabou a Copa! Hora de retomar as atividades.... batemos um papo super legal com Andréia e André proprietários do Canil Holy Westie sobre criação de cães e como escolher um canil. Leia nossa entrevista antes de adquirir mais pet!


 
T&L: Nós lemos uma matérias de vocês "Quanto custa um West HighlandWhite Terrier”. E gostaríamos de explicar um pouco mais para nossos leitores sobre como escolher um pet de estimação.

Hoje é muito fácil encontrar um filhotinho “de raça” para comprar. Por que existe uma diferença tão grande entre os preços?

HW: Bem, existem várias formas de criar e produzir filhotes de raça. Esse manejo fatalmente reflete-se no valor final do filhote. Assim, dependo da “filosofia” da criação, os custos se modificam. Alguns criadores investem em muito espaço, compram sêmen ou cães de fora do país, possuem funcionários, veterinários, fazem exames genéticos de seus reprodutores, levam pra exposição e pagam handlers. Todo esse investimento reflete-se no valor do filhote.

Há alguns criadores que investem tanto que nem conseguem empatar a conta com a venda dos filhotes. Por isso, em alguns casos, o criador tem outra profissão e criar, nesse contexto, é um hobby.

Mas, o que o novo proprietário deve avaliar é:

Primeiramente: porque eu quero um cão desta raça? Segundo: pelo que eu realmente estou pagando? O que está incluso no "pacote"?

Uma amiga minha uma vez foi questionada sobre como ela tinha treinado o seu filhote para fazer xixi no lugar certo. Ao se dar conta que não sabia explicar, justamente pelo fato de não ter tido esse tipo de trabalho, pois recebeu um filhote extremamente educado a fazer xixi no local certo, ela respondeu: adquirir de um criador é como adquirir um carro com todos os itens de fábrica... meu filhote eu adquiri com itens extras.

Achei a comparação o máximo! :) Pois é exatamente isso que acontece: quanto mais barato for o exemplar, mais sujeito a falta de garantias você está, menos itens de fábrica estão inclusos no pacote. E, óbvio, você não pode reclamar por nada disso! Afinal de contas, a escolha de comprar de acordo com o valor e não pela qualidade, foi sua. É como escolher comprar um Iphone "Chingling" e querer o mesmo desempenho de um iPhone da Apple. Será no mínimo frustrante, porque de fato eles não são iguais, apenas parecidos.

Quando as pessoas me escrevem dizendo que sonham com um cão da raça que crio, mas não podem pagar por isso, eu tento sempre convencê-las a adotar um cão. No fim das contas, ela vai ser tão feliz quanto. Adquirir um cão de raça é pra quem quer pagar o preço de ter um, pois o valor da aquisição é apenas o início de tudo.




T&L: É muito comum ouvirmos falar de fábrica de filhotes ou criadores de fundo de quintal. O que são e como funcionam?

HW: Essa é uma pergunta bem complexa. Acredito inclusive que uma "googlada" a responde melhor que eu rsrsr... Mas vamos lá:

Existem algumas pessoas que vêem a criação de cães apenas como um comércio como outro qualquer. Essas pessoas geralmente criam "a raça da moda" e/ou criam mais de uma raça, justamente para alcançar uma parcela maior da clientela – alguns chegam a criar 10 raças diferentes. As raças são selecionadas de acordo com o que vende mais, com o cão da novela de sucesso, do comercial bacana, enfim. Quando “cai da moda”, eles se desfazem dos cães como quem doa uma roupa.

Essas pessoas manejam números de cães com 3 dígitos: 200 a 300 cães. Produzem cães exclusivamente para vender, e muito raramente possuem uma “linha de sangue” definida e, muito menos, uma genética sólida. A meta é vender. E como em qualquer "negócio", quanto mais produzem, mais lucram.

Já ouvi falar de gente que aluga espaços em outros locais porque os seus estão lotados. Alugam baias de 4m2 e nelas colocam 15 a 20 cães. Soube de um caso desse que o aluguel era para 80 buldogues franceses. Imagine como eles vivem? Se essa pessoa tem coragem atulhar os pobres cães assim (num espaço que nem mesmo é seu), você acha que se preocupam com vacinas? Boa alimentação? Vermifugação? Genética? Cruzamentos seguros?

Por outro lado, existem também os casos das dondocas de plantão, que mora numa mansão e tem um casal de cães de raça e simplesmente “resolveu cruzá-los para ter uma ninhadinha, mas a intenção não é ser um criador”. Um cão proveniente de um cruzamento desses pode ter tantos problemas, como um proveniente do outro que atulha.

Ou seja, no fim um criador de fundo de quintal não precisa necessariamente fazer a criação nos fundos de sua casa. Basta que ele(a) não saiba lhufas do que está fazendo. Inclusive ele pode morar numa mansão.




T&L: A gente sabe que “ter pedigree” não é garantia de muita coisa, porque é muito fácil conseguir esses registros ou mesmo falsificá-los. Qual a dica para identificar um criador de fundo de quintal inescrupuloso de um criador sério?

HW: Sim! Eu costumo dizer que pedigree não é atestado de beleza. Uma prévia pesquisa sobre a raça que você deseja, para entender principalmente as doenças da raça (já que toda raça tem seu calvário) fará você saber fazer as perguntas certas. 

E fazer as perguntas certas faz você descobrir detalhes da criação. Ou seja, usar o conhecimento e necessidades da raça que se quer são as grandes armas da boa aquisição. Ter paciência de procurar, não comprar por impulso, enfim.

Você também precisa saber para quê você quer um cão. Se for pra iniciar uma criação de cães de raça, fatalmente seu exemplar não vai estar na promoção do mercado livre. Isso é fato.




T&L: Quais são os riscos de comprar um filhote destes “falsos” criadores? E o que é possível fazer quando isso acontece?

HW: Inúmeros! Desde doenças geneticamente limitantes até a morte do cão mais cedo do que deveria. Doenças genéticas fatais ocorrem geralmente no primeiro ano de vida de um cão (apesar que em algumas raças podem acontecer até aos 4 anos). Se o criador não souber o que está fazendo, poderá passar adiante um gene para um filhote que poderá ficar doente pro resto da vida. Isso fará você se desdobrar em 3 pra cuidar desse filhote. Sendo que o que você queria era apenas um cãozinho. E adquiriu, além disso, uma grande dor de cabeça.

Há problemas que são evitados por simples exames de sangue e outros por raio x. Saber o que exigir para se precaver é uma das soluções para evitar problemas com doenças.

O que fazer quando você escolheu comprar de um criador ruim? Bem, eu sugiro rezar bastante.




T&L: Pelo artigo de vocês no blog, vimos que criar westies não é barato. Imaginamos que tenham outras raças que são ainda mais caras. O que torna a criação responsável tão onerosa?

HW: Quanto mais o criador busca a qualidade, mais ele precisa investir. Quanto menos filhotes ele produz, menos o valor investido retorna. Enfim... equilibrar a balança pra quem, além de criador, é um apaixonado, será uma coisa difícil. Pois um apaixonado provavelmente sempre vai escolher investir o que tem e um pouco mais.




T&L: O que devemos observar ao visitar um canil ou gatil antes de decidir levar o pet para casa?

HW: Nem sempre o melhor canil da raça que você escolheu estará ao alcance de uma visita, mas, caso consiga visitar, observe a higiene do espaço,  a saúde dos cães e o bem estar deles. Cães precisam de exercícios regulares, espaço para brincar, boa alimentação, cuidados veterinários.




T&L: Existem artigos que falam sobre como escolher um filhote na ninhada, tentando conciliar o perfil do filhote com o da família. Tem gente que fala que o filhote escolhe o dono. Quais os cuidados que um bom criador tem ao vender um filhote? E quais as dicas que vocês dão para nossos leitores escolherem um filhote na ninhada?

HW: Nenhuma.  Como um novo proprietário vai escolher um filhote se ele nunca manejou a raça? Como ele vai saber reconhecer o perfil ideal pra ele se ele não convive com os pais, não sabe o temperamento dos pais, não acompanhou o desenvolvimento da ninhadas, as mudanças que aconteceram como cada pequenino durante a primeira fase infantil?

Aqui, nos escolhemos e direcionamos os filhotes de acordo com o perfil do novo dono. Dentro da mesma raça e até mesmo da mesma ninhada, existem cães de temperamentos variados, que claro, herdam de seus pais. Alguns filhotes são mais agitados, outros mais calmos. Alguns são mais inseguros, outros mais confiantes.

Ninguém melhor que o criador experiente com a raça, que convive com os pais da ninhada e tem larga experiência com a raça para escolher o filhote com o temperamento ideal pra você. Aqui costumamos perguntar como é o perfil da pessoa: esportista? Calma? Aventureira? Depois, de acordo com a rotina apresentada a nós, selecionamos o filhote. Os mais peraltas e teimosos vão para os mais experientes, os mais hiperativos para os esportistas (pra gastar energia junto), os mais calmos para os mais “zen”.

Tenho certeza que dificilmente o novo proprietário saberá enxergar estas diferenças no temperamento dos filhotes. E acredite, num grupo de pequenos cães, aquele que logo correu para o seu colo, provavelmente é o mais agitado, mais hiperativo e que demandará mais treino e, conseqüentemente, dará mais trabalho.




T&L: Apesar de hoje boa parte das pessoas considerarem o pet um membro da família, sabemos que na realidade é um contrato de compra e venda. Em quais situações o animal pode ser devolvido? Existe alguma regra para isso?

HW: Não. A princípio, se houver um contrato, deve-se cumprir o que for contratado. Se lá está escrito que você não pode devolver o filhote em hipótese alguma e você assinou isso, você não pode devolver o filhote em hipótese alguma. Ponto. Tudo depende do teor do contrato que foi assinado. E se ele não existir, pior ainda, pois não existe legislação específica pra isso. Por isso, o novo proprietário deve ler o contrato e assinar somente se concorde com tudo.

Obviamente, um contrato pode ser revisto na justiça para anulação cláusulas abusivas, mas pra isso se deve contratar um advogado, o que provavelmente será mais caro que o filhote em questão.




T&L: Um conselho para nossos leitores que estão pensando em aumentar a matilha!?

HW: Bem, quando eu vejo que o grupo já possui um cão de raça de estimação, ou seja, já realizou o sonho de ter determinada raça, eu costumo sugerir que a pessoa dê a chance pra adoção de um cão SRD. Assim mais um bichinho sem lar terá a chance de ter uma família.

Mas, em geral, a pessoa precisa avaliar: o cão que tem em casa, é castrado(a)? É territorialista? Aceita bem outros cães? Alguns cães nasceram para serem filhos únicos.

Por outro lado, imagine você ter um cão inteiro (não castrado) e colocar um do sexo oposto na sua casa. Você vai ter que lidar com cios, com possíveis cruzas “indesejadas”, manejo de filhotes que você nem queria. Enfim! Ter a companhia de um segundo cão geralmente é ótimo para os cães, mas seria bom uma boa avaliação das consequências antes de adquirir.




T&L: Obrigado pela participação Andréia e André! Temos certeza que agora nossos leitores poderão escolher um canil responsável ou optar pela adoção!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Atenção para os exames laboratoriais! Jejum, alterações, forma de coleta e análise.... as doutoras Adriana e Simone esclarecem tudo em nosso bate papo.

Conversamos com as doutoras Adriana Faria e Simone Guedes veterinárias responsáveis pelo laboratório Vet Life sobre os cuidados pré exames laboratoriais, métodos de coleta e análise. Fique por dentro!




T&L: Cada dia está mais comum os pets passarem por exames de rotinas. Quais são os exames básicos que o dono deve fazer anualmente?
VL: Pelo menos um hemograma completo, urina, fezes e algumas bioquímicas (estas ficam a critério do veterinário devido a anamnese de cada animal).


T&L: A gente observa que tem laboratório que demora dias para entregar um exame e outros entregam em horas, às vezes em minutos. Qual a diferença na forma de análise do material? Isso pode impactar o resultado?
VL: Alguns exames levam mais tempos como citologias, biópsias, hormônios, sorologias, culturas, micológicos (eles realmente necessitam de um maior tempo), os exames de rotinas como hemogramas, algumas bioquímicas, urinálises, exames de fezes, e de alguns de pele, ficam prontos em até 24 horas. A modernidade levou todos exames passarem em máquinas automatizadas que contam as células, a contagem é muito importante, mas no caso dos animais o mais importante é a microscopia do exame de sangue, pois a morfologia, a presença de hemoparasitas e algumas outras alterações que só no microscópios são encontrados.


T&L: Os humanos sempre tem que prestar atenção nas horas de jejum e no tipo de jejum antes de fazer exames. Esses cuidados também devem ser tomados com os pets? Quais exames requerem jejum ou algum outro cuidado especial?
VL: Também, mas a maioria dos proprietários não quer voltar no dia seguinte ao veterinário, e o veterinário, quando não é emergência, faz o exame sem o preparo necessário. Só exame de urina e de fezes (parasitológico) que não requerem jejum, os demais vão precisar de jejum alimentar de 08 a 12 horas, o jejum hídrico (água) só de 4 horas. A lipemia (gordura no sangue devido a falta do jejum alimentar) e a hemólise (sangue no plasma/soro devido a falta de jejum alimentar e ao excesso de jejum hídrico, assim como na hora de colher o sangue um animal que mexe muito impedindo uma coleta direta), podem interferir nos resultados de hemogramas e bioquímicas.


T&L: A agitação do animal na hora da coleta influência o resultado? A forma de coleta do material influencia em algo?
VL: Sim! Em alguns casos pode formar a hemólise (explicada na questão anterior) e em alguns tipos de exames hormonais em que a tranquilidade é fundamental para não influenciar no seu resultado. Os frascos à vácuo utilizados para a coleta de exames em humanos, só são válidos se o sangue for até a marca (4 a 5 ml) já que o anticoagulante liofilizado que se encontra nesses frascos é para essa quantidade de sangue, o excesso de anticoagulante altera a morfologia das células assim como forma microcoágulos de fibrina na parede do frasco. Além de que o sangue não deve passar pela agulha duas vezes, após a coleta o ideal é retirar a agulha da seringa e passar delicadamente para o frasco, após o frasco deve ser homogeneizado (misturar o sangue com o anticoagulante) delicadamente por 2 a 3 minutos. Animais que dificultam a coleta, fazem às vezes o veterinário ter que colher em várias etapas, para hemograma este tipo de coleta fracionada não é ideal, pois normalmente gera microcoágulos e a homogeneização com o anticoagulante é prejudicada, para bioquímicas, sorologias, não influencia tanto.


T&L: Para os exames de fezes, quais cuidados o dono deve ter ao coletar o cocô do pet? Quanto tempo pode ficar armazenado antes de ser levado para o laboratório? Como deve ser armazenado durante este tempo? Alguns parasitas precisam de coletas seriadas (mais de um dia), normalmente o veterinário faz essa indicação, mas gostaríamos de saber para quais casos a coleta seriada é indicada!
VL: O proprietário deve coletar as fezes o mais delicadamente possível e coloca-las em frascos apropriados, não se coloca em sacos plásticos que alteram sua forma e pode amassar e destruir alguns vermes macroscópicos. As fezes podem ser conservadas em geladeiras por até 72 horas. .Alguns veterinários indicam essa coleta de 3 dias seriados ou intercalando um espaço de um dia entre as coletas, para verificação de Giardia sp, esse tipo de coleta fica a critério do veterinário para acompanhar a clínica do animal.


T&L: Hoje a medicina veterinária avançou bastante e os pets já podem contar com biópsias. Quais os cuidados que devem ser tomados ao fazer um raspado de pele, o pet tem que passar por algum preparo? Quais os cuidados para armazenamento e envio de materiais para biópsia, por exemplo, um tecido com suspeita de câncer?
VL: Para exames de raspado de pele, o animal não pode ter tomado banho 48 horas antes do exame, não pode conter pomadas e medicamentos em cima da lesão para que não atrapalhe nem mascare a microscopia e o resultado. As peças para biópsias são colhidas na clínica veterinária, e são colocadas em frascos com formol a 10 % e em temperatura ambiente, que mantém a peça conservada por muito tempo.


T&L: Alguns veterinários têm adotado protocolos personalizados de vacinação, para tanto, muitas vezes solicitam as titulações ou sorologias. Sabemos que nem todos os laboratórios contam com os materiais e equipamentos necessários. Quais os cuidados necessários quando o material deve ser enviado para outra cidade? O dono do pet deve prestar atenção em algo em especial?
VL: Após a coleta o veterinário deve encaminhar o sangue total para um laboratório, para que este seja centrifugado e separado o soro do coágulo, pois se o soro permanecer muito tempo em contato com o coágulo, como é um tecido vivo, este pode ter um resultado falso-positivo ou falso-negativo. Após a separação, o soro é resfriado ou congelado para ser enviado, conforme a orientação do laboratório que irá receber este material.


T&L: Ouvimos falar que se o pet tiver cheirado algo diferente (por exemplo uma bituca de cigarro na rua) algumas enzimas podem estar alteradas no exame de sangue, mas que não seria motivo de preocupação. Toda alteração nos exames laboratoriais é motivo de preocupação para o dono do pet? Quando é necessário refazer o exame e qual seria o intervalo de tempo ideal? Nos casos em que repete-se o exame, deve-se coletar novo material?
VL: Toda alteração nos exames deve ser avaliada pelo médico veterinário, que junto com a clínica e com os exames ele saberá se essa alteração é fisiológica ou patológica, ficando a critério dele também uma nova coleta para acompanhamento. Os intervalos dependem da patologia.


T&L: Por que alguns exames tem validade de apenas 10 dias, como a sorologia para leishmaniose? Qual a validade média dos exames?
VL: Cada patologia tem o seu curso, por isso uma diferença entre as faixas de validade de exames. A validade do exame varia conforme a higidez de cada animal. Um animal sadio que irá fazer um pré-operatório a média da validade é de 3 a 7 dias. Os animais entram em contato com outros animais, podem comer coisas nas ruas, e não tem os hábitos de higiene de humanos, o que influencia em que a validade seja bem mais curta. As avaliações dos exames devem ser feitas o mais próximo do quadro, pois é muito dinâmica a mudança nos resultados. Exames antigos devem ser guardados para uma possível comparação posterior.


T&L: Uma dica para os donos dos pets acostumarem seus animais a ficarem mais calmos durante a coleta de materiais!
VL: Sempre manter a calma na hora da coleta, a tensão do proprietário pode influenciar o animal, se o proprietário puder aguardar longe o animal  é controlado mais fácil pelo veterinário. Assim como estimular o seu pet a gostar de ir ao veterinário, estimulando com palavras carinhosas e petiscos (só não pode no dia de colher material!!), para que ele não fique tão estressado nesse momento!!



T&L: Obrigado pela participação, Dra. Simone e Dra. Adriana! Temos certeza que agora nossos leitores ficarão mais atentos aos exames laboratoriais dos seus mascotes.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Florais funcionam! Saiba mais em nossa entrevista com a terapeuta floral Daniela Wahlers

O bate-papo desta quinzena foi com Daniela Wahlers terapeuta floral. Vamos esclarecer como os florais atuam, quais as indicações e como é realizada a consulta com o pet!




T&L: O que são florais? Como é a terapia floral?
DW: Florais são essências energéticas extraídas de flores e plantas. Essa energia pode ter vários nomes, vibracional, padrão eletromagnético, etérica, biomagnética e por aí vai, mas no fundo é tudo a mesma coisa, é a energia vital destes elementos. Nas essências florais esta energia é descarregada na água, tornando-a um método simples e natural de cura.
O objetivo da terapia floral é tratar a pessoa e não a doença, tratar a causa e não o sintoma. Em uma consulta o terapeuta investiga as possíveis causas do transtorno a ser tratado através de uma conversa que permite, através de perguntas relacionadas ao histórico de saúde e de vida do cliente e de seu estilo de vida, uma compreensão do que a pessoa ou animal estão passando e assim possa escolher as essências florais que trarão mais benefícios para aquele individuo naquele momento.


T&L: muita gente acredita que floral só funciona se a pessoa acredita, como se fosse um placebo. Você explicar pra gente como funcionam os florais?
DW: Esta é uma pergunta sem resposta conclusiva, existem estudos e pesquisas científicas com plantas e animais que comprovam a eficácia dos florais, mas ainda não existem instrumentos que detectem sua ação no organismo. Com o avanço da neurociência e da física quântica, aos poucos, começam a surgir teorias, mas estas ainda não são aceitas por todos.
Sabemos que os florais agem sobre o estado emocional das pessoas trazendo equilíbrio e harmonia entre o corpo, a mente, o espírito e a personalidade. Eles nos fazem reagir contra nossos estados emocionais negativos, que podem vir a causar doenças e acentuam nossas qualidades positivas,  consequentemente promovendo saúde. Seus efeitos são percebidos claramente por aqueles que indicam e utilizam.
Deixo aqui alguns links e um convite àqueles que acreditam que florais são placebo para lerem, se informarem, experimentarem e comprovarem por si mesmos.

T&L: Qual a diferença entre terapia floral e homeopatia?
DW: Tanto a homeopatia quanto os florais agem no corpo energético da pessoa, mas as semelhanças acabam aqui.
A homeopatia trata problemas físicos, mentais e emocionais, mesmo que de uma maneira holística, em uma vibração mais próxima do corpo físico e age por similaridade, ou seja, se usa uma substância que normalmente faria mal a uma pessoa em compostos ultra diluídos e usam plantas, minerais e animais.
Já os florais focam no desequilíbrio emocional, atingindo o físico por consequência. Eles são feitos apenas com flores e agem pelo sistema dos opostos, substituindo emoções negativas por positivas. Quando usamos as essências florais, o seu padrão vibratório cria uma ressonância em nossos corpos sutis, despertando nossas qualidades adormecidas, que transformarão nossas crenças, permitindo mudanças de atitude e comportamento. A energia vital se reequilibrará, não pelo estímulo do medicamento que imita a doença, mas por não precisar mais repelir os desequilíbrios.


T&L: Qual a maior procura por florais para pet? Quais doenças e/ou comportamentos podem ser tratados? Existe alguma restrição?
DW: A grande maioria dos clientes buscam os florais para tratar os problemas emocionais dos seus pets como medos, depressão, comportamentos compulsivos, etc. Os florais podem ser utilizados para uma infinidade de comportamentos, não há restrições. Quanto ao tratamento de doenças é importante ressaltar que eles devem ser utilizados de forma complementar, auxiliando na cura, mas nunca substituindo tratamento veterinário. É preciso entender também que alguns comportamentos, por mais que pareçam estranhos para nós humanos, são naturais nos animais e os florais dificilmente agirão sobre eles.

T&L: Como é feita a consulta com o pet? Em quanto tempo o dono percebe as mudanças? Quanto tempo, em média, dura o tratamento?
DW: A consulta é feita através de um questionário e de uma conversa com o dono, como disse anteriormente, buscando compreender as causas do transtorno.
As mudanças começam a ser percebidas entre 3 e 6 semanas, e em termos gerais, um tratamento com florais deve ser feito por pelo menos 3 meses, a duração depende da gravidade do problema, da resposta cada individuo e do empenho do tutor em ajudá-lo a sair do estado em que se encontra. Os florais abrem um caminho para a mudança e o aprendizado e é papel do tutor auxiliar seu pet a percorrer esse caminho.


T&L: Hoje nós encontrarmos vários florais prontos nas farmácias e petshops, qual a principal diferença em comprar um desses florais e fazer um acompanhamento com um profissional?

DW: O grande problema com os compostos prontos pra pets é que muitas vezes eles são feitos baseados em emoções humanas, também às vezes o dono não identifica corretamente o que o pet precisa e por isso eles não funcionam. Um exemplo clássico é agressividade em cães, que 99% das vezes tem a ver com alguma forma de medo e os florais para agressividade usam essências para hostilidade e raiva. A verdadeira terapia floral não tem como não ser individualizada, cada um tem uma realidade e uma causa específica para o problema e é isso que os florais prontos não tratam.


T&L: Existe uma maneira correta de ministrar o floral para o pet (na água, na comida, diretamente na boca)? Tem como fazer biscoitos com floral como podemos fazer com remédios alopáticos?
DW: Os florais mostram melhor eficácia quando o animal tem contato direto com eles, podem ser pingados diretamente na boca ou entre o focinho e a boca, aplicados em pontos de acupuntura ou nos chakras. Caso não seja possível ministrar diretamente na boca pode-se adicionar 16 gotas à água do bebedouro toda vez que trocar a água, contanto que o pet beba pelo menos 4 vezes ao dia, mas neste caso os efeitos podem demorar mais a aparecer. Também é possível adicionar à comida, misturar com um pouquinho de iogurte ou água de coco. Eu sempre recomendo que pelo menos uma vez ao dia se aplique o floral diretamente no pet, um bom ponto é um que fica na cabeça, entre as orelhas. Esta é uma ótima forma de aplicar florais em gatinhos mais ariscos. O tutor pode molhar a mão com o floral e espalhar na cabeça do gatinho fazendo carinho.


T&L: Como deve ser guardado o floral? Deixar perto de eletrodomésticos causa alguma alteração na fórmula?
DW: Ele deve ser guardado em local fresco e longe da luz direta do sol, deixar perto de eletrodomésticos não altera a formula.
Deve-se tomar muito cuidado com o conta-gotas, se tocá-lo ou encostá-lo na boca, lave em agua corrente antes de retorná-lo ao frasco para evitar proliferação de bactérias que podem estragar a formula. Caso o líquido pareça turvo descarte e faça uma nova formula.


T&L: Na terapia floral sabemos que é possível tratar só o pet e também a família toda. Em quais situações é indicado que os humanos e os pets façam o acompanhamento? Existe algum benefício em tratar a família toda?
DW: Muitos problemas comportamentais e de saúde dos pets tem origem nos donos, nesses casos é extremamente importante que eles também façam o tratamento. Nossos pets são sensíveis e exímios observadores, eles percebem quando seu dono está com medo, ansioso, estressado e reagem a essas emoções. Sempre que trato um pet gosto de indicar algumas essências para o dono, mesmo que ele esteja bem emocionalmente, para melhorar a sintonia e a comunicação entre eles.
É sempre maravilhoso quando toda família toma florais, com ou sem pets, já que eles estimulam a comunicação clara e sincera, a empatia e a resolução de conflitos de forma pacífica, assim promovendo a harmonia entre as pessoas.


T&L: Em quais situações ou casos você indica que o dono procure um terapeuta floral?
DW: Em quaisquer situações ou fases da vida onde se necessite de equilíbrio emocional, corporal e energético. Quando há problemas comportamentais e de fundo emocional como traumas por abandono ou maus-tratos, medo de fogos e trovões, fobias no geral, ansiedade de separação, comportamentos destrutivos, comportamentos obsessivos, lambedura de patas, luto, agressividade, etc. Em momentos de mudança de rotina ou como auxiliares em doenças psicossomáticas ou crônicas como dermatites, uropatias, gastropatias, em convalescenças e pós-operatórios, também para ajudar o a limpar o corpo após intoxicações e envenenamentos.


T&L: Obrigado, Daniela, ficamos muito felizes por você ter aceitado nosso convite! 

terça-feira, 15 de abril de 2014

entenda a importância da higiene bucal do seu pet! Bate papo com a Dra. Patrícia Barbosa odontóloga

Batemos um papo sobre tártaro placa bacteriana e suas complicações, limpeza dos dentes, cuidados com a boca dos pets com a Dra. Patrícia Barbosa. Primeira lição aprendida: tem placa bacteriana tem doença periodontal! 




T&L: O que é a doença periodontal? Existem diferentes tipos e/ou graus? O que faz com o animal tenha essa doença?
PB: É a doença infecciosa mais comum em cães e gatos adultos. Apresenta-se como uma doença inflamatória e progressiva das estruturas de suporte e proteção dos dentes e é a principal causa de perda dental prematura em cães e gatos.
O início se dá com a aderência de bactérias na superfície do dente e gengiva, formando a placa bacteriana. A forma inicial da doença é a inflamação da gengiva (gengivite), que é um processo reversível e pode ser resolvido com a profilaxia (raspagem e polimento).
A progressão da inflamação leva a um processo chamado periodontite, em que os tecidos que sustentam os dentes são afetados. Essa inflamação causa destruição e é irreversível. Nesse caso, é necessário realizar extração de alguns dentes.
A periodontite, ou doença periodontal, é classificada em vários graus dependendo da extensão do dano nas estruturas de suporte do dente (mobilidade dentária, perda óssea, retração de gengiva, exposição de furca).



T&L: Além do bafinho que incomoda e do aspecto sujo do dente, a doença periodontal oferece algum o risco para a saúde do pet?
PB:  Um problema mais grave em relação à doença periodontal é a bacteremia, que é a movimentação das bactérias ou de seus subprodutos pela corrente sanguínea. É preocupante pois essas bactérias podem se alojar em órgãos importantes, como rins, fígado e coração.


T&L: Quando o animal deve ser submetido ao tratamento periodontal? Existe alguma restrição ao procedimento? Quais os riscos?
PB:  O animal deve realizar anualmente a profilaxia oral, que é a raspagem e o polimento dos dentes. Se o animal apresentar dificuldade para comer, sangramento ou salivação excessiva ou incômodo oral, ele pode estar dando sinais de que a saúde oral está comprometida. Desse modo, deverá passar por avaliação com o dentista veterinário, que fará uma avaliação e saberá instituir o melhor tratamento.


T&L: Como é feito o tratamento periodontal? O pet é anestesiado para o procedimento? É preciso tomar algum remédio antes? Os humanos quando fazem limpeza dentária devem evitar café, chá verde, molho de tomate.... e os pets? Os donos devem ter algum cuidado após o tratamento?
PB:  O animal deve sempre ser submetido à anestesia geral. O animal precisa estar dormindo para que possa ser feita uma avaliação aprofundada e um trabalho com utilização de instrumentos cortantes de forma segura.
Em relação à medicação, varia de animal para animal, de acordo com o grau de doença periodontal e as condições gerais.
Após o tratamento, se forem feitas extrações ou outros procedimentos que possam causar sensibilidade, recomenda-se oferecer alimentação pastosa, e nada mais. Outro cuidado importante é manter a higienização com antissépticos bucais.


T&L: Qual a importância de um veterinário especializado em odontologia realizar o procedimento?
PB:  O veterinário especializado possui conhecimento teórico e prático mais avançado que o clínico geral, pois concluiu um curso de pós-graduação lato sensu de 500 horas. O dentista veterinário tem o material cirúrgico mais adequado e equipamentos específicos para atendimento odontológico (aparelho de radiografia intraoral, equipo, compressor).



T&L: É possível ter trincas ou outras complicações embaixo do cálculo? Em quais situações isso é mais comum? O que o veterinário odontólogo faz nesses casos?
PB:  Sim, é possível que existam defeitos no esmalte dentário ou fraturas escondidas sob o cálculo. O esmalte dentário protege a dentina e, nas situações em que a dentina fica exposta (ex: má formação do esmalte ou fratura), a placa bacteriana se adere com maior facilidade, e consequentemente, o cálculo é formado em maior quantidade. Qualquer que seja o caso, o dentista veterinário é capaz de diagnosticar e avaliar a melhor conduta (extração, tratamento de canal ou restauração).


T&L: Muitos blogs falam que tem que escovar os dentes dos pets todos os dias, mas a gente sabe que poucos donos podem/lembram/conseguem fazer isso. Escovar os dentes uma vez na semana é suficiente para evitar a doença periodontal? Você tem alguma dica para nos dar para que seja mais fácil e agradável a hora da escovação?
PB:  A placa bacteriana se adere ao dente em 24 a 48 horas. Sendo assim, é importante que a escovação seja diária ou a cada 2 dias. Claro que no nosso dia-a-dia atribulado fica complicado escovar os dentes dos nossos pets, ainda mais quando eles não aceitam com muita tranquilidade. Por isso, eu sempre passo algumas dicas aos proprietários para tentar fazer essa atividade se tornar um momento agradável tanto para o dono quanto para o pet, seguindo algumas etapas.
Primeiramente, o animal deve se acostumar à manipulação oral. O proprietário deve fazer carinho na região da boca até o anima permitir a aproximação sem reclamar.
Depois dessa etapa, deve-se começar a fazer uma manipulação nos dentes e na gengiva, com os dedos mesmo. Aqui, o dono pode utilizar uma gaze envolvendo o dedo, molhada ou com um pouquinho de pasta (que deve ser de uso veterinário), ou uma dedeira de borracha.
A próxima etapa é a escovação com escova de dente. Nesse ponto, o animal já vai estar acostumado com a manipulação e deve aceitar a escova com mais tranquilidade.
É importante sempre realizar a escovação no mesmo local e no mesmo horário, para que o animal se acostume com uma rotina. Ao final, o pet deve receber uma recompensa como forma de incentivo. Pode ser um petisco, um carinho, um passeio, ou qualquer coisa que ele goste muito. Ele vai começar a entender que se aceitar a escovação, vai receber um agrado.
O tempo entre uma etapa e outra depende da aceitação do pet. É essencial ter calma e paciência para que esse momento se torne agradável para os dois!


T&L: Quando chegamos nos petshops existem várias pastas de dente. Existe realmente diferença entre elas? Qual a escolha mais acertada?
PB:  A pasta de dente de uso veterinário não contém sabão nem flúor. Esses componentes da nossa pasta de dente podem causar irritação gástrica ou até intoxicação nos pets. A pasta veterinária é palatável e pode ser ingerida pelos animais sem causar nenhum prejuízo. Existem várias marcas e a escolha deve ser feita de acordo com a indicação do médico veterinário.


T&L: Nós vimos também alguns produtos novos que prometem diminuir o cálculo e melhorar o hálito (tem pozinho, tem gel, tem mordedores específicos, entre outros). Eles são seguros para os pets? Você tem acompanhado bons resultados?
PB: Esses produtos não diminuem a quantidade de cálculo. O que eles podem fazer é agir sobre a placa bacteriana, reduzindo sua aderência ao dente. Eles são seguros sim, mas não devem ser utilizados como produtos milagrosos. Alguns produtos que podem também podem atuar como adjuvantes na higienização oral são os “chews”, bolinhas, e outros objetos que estimulam a mastigação.


T&L: Você pode dar uma dica para os donos dos pets manterem a saúde bucal dos seus melhores amigos?
PB:  A palavra-chave é prevenção. Profilaxias periódicas e escovação diária previnem problemas mais graves e promovem não só a saúde oral quanto o bem estar do pet. O dono deve sempre estar atento a alterações como prostração, diminuição ou dificuldade na ingestão da ração, sangramento ou salivação excessiva.


T&L: Adoramos o bate papo Dra. Patrícia, temos certeza que agora saberão como avaliar a hora de procurar um dentista pra seu pet!

segunda-feira, 31 de março de 2014

saiba mais sobre anestesia! Bate papo com a Dra. Luiza Quintão Medeiros anestesiologista

Nossa entrevistada de hoje é a Dra. Luiza Quintão Medeiros médica veterinária anestesiologista. Vamos conversar sobre os procedimentos anestésicos disponíveis e as diferenças entre eles!





T&L: Quais são os tipos de anestesia na Medicina Veterinária disponíveishoje? Qual a diferença entre elas?
LM: Na Medicina Veterinária há diferentes procedimentos anestésicos que podem ser agrupados em:
  • Tranquilização;
  • Sedação;
  • Anestesia local;
  • Anestesia dissociativa;
  • Anestesia geral.

A TRANQUILIZAÇÃO permite que o animal fique mais calmo, menos ansioso, porém sem perder a noção de tudo a sua volta.
A SEDAÇÃO é realizada com fármacos mais potentes. O animal apresenta-se menos responsivo ao ambiente, com analgesia e muitas vezes com alterações fisiológicas significantes.
A ANESTESIA LOCAL é realizada com o uso de anestésicos locais como, por exemplo, a lidocaína. De forma segura, ela permite a total anestesia e analgesia da região, sem a observação de alterações fisiológicas significativas.
A ANESTESIA DISSOCIATIVA é realizada quando utiliza-se cetamina ou tiletamina e permite analgesia em ossos, músculos e pele (tegumentar), porém é insuficiente para órgãos (viceral).
A ANESTESIA GERAL, tanto inalatória como a injetável, é a única que permite o procedimento cirúrgico adequado e mais seguro. Essa anestesia causa a inconsciência e está sempre acompanhada do uso de fármacos analgésicos.


T&L: Para qual tipo de procedimento cada uma delas é recomendada?
LM: A TRANQUILIZAÇÃO é utilizada antes de anestesias gerais, para viagens em aviões ou em grandes festividades com muito barulho e fogos de artifício. A SEDAÇÃO é utilizada principalmente para contenções químicas de animais agressivos e no período anterior à anestesia geral. A ANESTESIA LOCAL é utilizada, sempre que necessário, em associação com a anestesia geral, dissociativa ou sedação. A ANESTESIA DISSOCIATIVA é utilizada em contenções químicas ou em procedimentos ambulatoriais. Essa anestesia não é recomendada para procedimentos cirúrgicos abdominais ou mais complexos, pois não causa inconsciência ao animal, somente dissocia o seu cérebro. A ANESTESIA GERAL, quando associada a fármacos analgésicos, fornece os dois fatores primordiais para a realização de um procedimento cirúrgico, a inconsciência e a analgesia.


T&L: Em quais casos é preferível a utilização da anestesia geral inalatória, injetável e peridural?
LM: Elas são utilizadas mutuamente, chamamos de anestesia balanceada. Não podemos excluir uma ou outra, cada caso deve ser avaliado individualmente, de acordo com a cirurgia e estado físico do animal. Sempre damos preferência à anestesia local associada à anestesia injetável ou inalatória. Dentre umas das técnicas da anestesia local, está a peridural.


T&L: A partir de que idade é seguro anestesiar o animal? E com qual idade passa a ser arriscado?
LM: Não é só a idade que classifica o risco anestésico de um animal. O risco anestésico é classificado pelo anestesiologista como ASA, avaliando-se a condição física e a doença que o acomete. Para procedimentos de emergência, não há restrição de idade, animais de 20 dias a 18 anos podem ser submetidos ao procedimento anestésico. Para os procedimentos eletivos, é necessário que os filhotes tenham o programa completo de vacinação.



T&L: Quais os cuidados os donos devem ter antes de submeter seus pets à anestesia? É necessário que fiquem sem comer e sem beber água? É preciso tomar algum remédio antes?
LM: Os donos de seus animais devem realizar o jejum alimentar de 12 horas e hídrico de 2 horas antes do procedimento anestésico. Com exceção de filhotes com menos de 4 meses de idade e diabéticos para o jejum alimentar, e animais com problemas nos rins e também filhotes com menos de 4 meses de idade para o jejum hídrico, é preciso retirar a água e a comida do animal para que não haja regurgitação e vômito durante o procedimento. Caso o animal vomite, o conteúdo pode ser aspirado pelo pulmão, causar pneumonia por aspiração e algumas vezes morte. Por isso a importância do JEJUM.
Não é preciso tomar algum remédio antes da anestesia, a não ser que o animal possua alguma doença cardíaca, diabetes ou outra qualquer afecção que seja necessário o seu uso. A avaliação é feita individualmente pelo clínico médico geral e pelo anestesiologista e as recomendações do tipo e doses são feitas para o proprietário antes do procedimento.


T&L: E depois da anestesia, como normalmente o animal fica? Quais os cuidados que os donos devem ter?
LM: O estado do animal após a anestesia varia com o tipo de anestesia que foi realizada e seus diferentes fármacos. O ideal é ficar na Clínica/Hospital por pelo menos 6 horas. Após esse período, o animal é liberado pelo anestesiologista com segurança para mantê-lo em casa ou internado para os cuidados pós-operatórios. Caso o animal vá para a casa, mesmo antes do horário liberado pelo anestesiologista, é necessário alguns cuidados:
  • colocar água e comida à vontade, mas sem forçar;
  • evitar piscinas, escadas, sofás e camas, locais onde o animal pode perder o equilíbrio e cair;
  • proporcionar um ambiente limpo, seco e tampado, com temperatura adequada para mantê-lo aquecido;
  • e caso tenha outros animais, mantê-los separados por pelo menos 24 horas.


T&L: Antigamente o mesmo médico veterinário anestesiava o pet e realizava a cirurgia ou qualquer outro procedimento. Hoje muitos profissionais solicitam o acompanhamento do anestesista. Qual a importância de ter um veterinário especialista em anestesiologia acompanhando o procedimento?
LM: É primordial o acompanhamento do Anestesista Veterinário para qualquer procedimento que envolva fármacos que sedem ou anestesiem. A avaliação pré-operatória, a monitoração constante dos parâmetros fisiológicos e analgesia pré, trans e pós-operatórios são necessários para o sucesso da cirurgia e segurança de toda a equipe. 




T&L: Obrigado pela participação Dra. Luiza! Temos certeza que agora nossos leitores poderão escolher melhor os procedimentos anestésicos para seus pets.